Impossible not to miss

Quando tomei conhecimento desta notícia estava com uma pessoa que imediatamente disse: "O Paul Newman era um daqueles actores que devia ter vivido até aos 100 anos".
Não pude deixar de reconhecer muita verdade nesta afirmação, sem dúvida que o mundo ficou mais pobre em beleza, nobreza, talento e outras tantas qualidades que faziam de Paul Newman One of a Kind na indústria cinematográfica.
Foi um dos primeiros actores que reconheceu na fama alcançada a responsabilidade de assumir opiniões, causas e batalhas. Encantava quem via os seus filmes com a sua beleza intemporal aliada ao talento demonstrado nas suas interpretações e associava simultaneamente a estes a criação de fundações de cariz social.
Neste apontamento que tem tudo de incompleto para demonstrar a grandeza de um grande homem e actor, fica a certeza de que existe algo de exemplar em tudo o que respeita Paul Newman (1925-2008).

Vestida para Casar

Assunto platónico preferido das mulheres: casamento. Medo nº1 não assumido por muitas mulherse: não casar.

Eis a fórmula perfeita para chamar a atenção de uma mulher e se a isto juntarmos algum humor de qualidade, um amor impossível e um outro inesperado temos filme para uma tarde de domingo. Pelo menos para mim! Fora a conversa de casamento, eu sou atraída para qualuer filme desde que o género seja a comédia romântica. Por isso Vestida para Casar não me podia escapar.

É um filme divertido, que segue todas as regras básicas das comédias românticas, que tem o seu maior trunfo em Katherine Heigl, que não só é a alma do filme como a actriz que nesta película tem mais qualidade (excepção feita à Judy Greer que já merece papeis de maior destaque).

É um filme muito recomendado a futuras noivas porque serve de wake up call para muitos dos exageros que o entusiasmo por esta cerimónia as leva a cometer.

De Passagem

Eis dois filmes que só vale a pena mencioná-los de passagem: Rec e Penelope.

Rec ainda se encontra nas salas de cinema, é um filme de terror com uma história bastante interessante, mas muito pouco recomendável para pessoas impressionáveis como eu. Eu não aguentei vê-lo até ao fim, mas fiquei curiosa com o final, já me contaram por alto que os nuestros hermanos que realizaram o filme não se esqueceram de nós.

Quanto ao Penelope é um conto de fadas típico: uma maldição, uma porquinha feia, um principe inesperado e uns acompanhantes castiços. Muita fantasia, alguma piada e um tanto ou quanto infantil. Entretem.

Standards

Ir ao cinema está a começar a tornar-se um ritual em que também vou à descoberta de canções e cantores, nos dois últimos filmes que vi recolhi duas canções que pareciam (ou talvez sejam) velhos standards, a verdade é que desde tornou-se frequente ficarem em replay largos minutos no meu mp3.

P.S. I Love You, o filme de eleição para o dia dos namorados deste ano para além de uma história bem construída, cheia de alegrias como o Jeffrey Dean Morgan e Gerard Butler, uma Hillary Swank óptima em registos mais leves do que nos habituou, não foi nem aquela história lamechas, nem a comédia de piadas previsíveis. Em vez disso, foram praticamente 2 horas rápidas de película, em que a música com o mesmo nome do filme pela voz de Nellie McKay embalou e apanhou o meu ouvido.

Definitely, Maybe é tão leve como uma pluma, por isso dentro do género tem o protagonista certo, Ryan Reynolds (isto não é bem um elogio) e depois duas grandes divas: a promissora Abigail Breslin e a grande Rachel Weisz. A história é engraçada e prende a atenção, mas vai pouco mais além disso. Um dos melhores momentos do filme é mesmo a cena da Rachel Weisz a cantar desafinada I've got a crush on you.

A Longa Espera...

Eis o filme que me vai fazer riscar cada dia no calendário até estar numa sala de cinema portuguesa:

site

Realismo e Aventura

The Darjeeling Limited
Este novo filme do Wes Anderson é uma comédia vibrante que reúne três americanos particulares, num lugar improvável (um comboio da Índia), numa viagem que é um reencontro e a procura do Norte nas suas vidas desorientadas. Jack (Jason Schwartzman), Francis (Owen Wilson) e Peter (Adrien Brody) são três irmãos que se reencontram pela primeira vez num ano após a morte do pai, nesta viagem pela índia tentam reconstruir a sua relação como irmãos, lidar com os problemas que envolvem as suas vidas e sobreviver à aventura que é viajar na índia.
A essência da família é o tema desta comédia com momentos hilariantes, feita de um humor inteligente, com os desempenhos bem conseguidos dos três actores principais e tudo com a beleza de ter a índia como cenário.

Juno
Ellen Page é de facto a alma deste filme, a interpretação que ela faz de Juno, uma miúda de 16 anos que engravida do melhor amigo, é absolutamente fantástica, faz qualquer espectador acreditar que esta personagem é especial e única. Juno é uma rapariga inteligente, descontraída, despreocupada, mas que perante uma gravidez não planeada decide dar o seu filho para adopção. Este filme de Jason Reitman é despretensioso, na medida em que não precisa de fazer uma abordagem pesada, dramática e moralista a assuntos tão delicados como o aborto, a gravidez na adolescência e as relações amorosas, para tratá-los com a intensidade e o realismo necessários.
Ellen Page, com todo o mérito, neste filme atrai as atenções e ofusca as restantes interpretações, não deixando de ser dignos de referência Michael Cera enquanto Paulie Bleeker e a dupla Allison Janney e J. K. Simmons enquanto casal. Sem esquecer o argumento genialmente escrito de Diablo Cody e a Banda Sonora fantástica, da qual Anyone else but you dos The Moldy Peaches já toca no meu leitor de mp3.
Apesar de não ter ganho o óscar para melhor actriz, como estava nomeada, Ellen Page é uma das jovens actrizes com mais talento na actualidade. Saí do filme com um sentimento de estranheza que só encontrou definição nas palavras de Tiago Alves, para a Visão, sobre esta actriz "este é um daqueles dempenhos que se sente no fundo do coração".

O Lado Selvagem
Há filmes que nos fazem perguntar se é mais importante partir ou chegar, se ser corajoso ou prudente, se contar com o seguro ou confiar no instinto... O lado Selvagem conta a história verídica de Christopher McCandless, um recém licenciado que em 1992 decidiu abandonar tudo e todos em busca da derradeira aventura: o Alasca. Não sei se a história de Christopher é um hino ao idealismo se é o fim de todo o romantismo que julgamos inerente à aventura, sei que é uma história triste não só por tudo o que a faz, mas porque sabemos que aconteceu de facto.
À semelhança do que acontece como actor, Sean Penn não desilude na realização deste filme, a banda sonora a cargo do vocalista dos pearl jam também não. O desempenho de Emile Hirsch impressiona, bem como, embora mais discretas, as performances de Marcia Gay Harden e William Hurt estão (como de costume) à altura do filme.

Expiação

Do realizador Joe Wright, "Expiação" é um drama surpreendente que nos leva aos meados da II Guerra Mundial, ao centro de uma história de contornos simples, mas feita de detalhes complexos. Cheia de tragédia, de inocência, de maldade, de realismo, de ficção, de tristeza e felicidade, é uma história em que os antagonismos complementam-se, contribuindo para a intensificação dramática de todo o filme. A este facto também não é alheia a realização de Joe Wright, que podendo contar esta história de Cecilia, Robbie e Briony de uma forma simples e clássica, optou por fragmentar a acção entre passado e presente, realidade e imaginação conseguindo transpor para o filme toda a complexidade deste romance absolutamente incrível de Ian McEwan. Emocionante e a não perder!

Unexpected

Todos os dias espero ver uma noticia num jornal a anunciar este desfecho para celebridades como a amy winehouse ou o pete doherty, mas nao do heath ledger.
Senti um murro no estomâgo quando li a noticia num jornal, era um ídolo da minha adoslescência e um actor que gostava de acompanhar. Sempre o imaginei a fazer filmes imenso tempo e a envelhecer com tanta pinta como o robert redford.
Estas mortes prematuras, surreais e inesperadas deixam sempre uma certa incompreensão no ar.

Heath ledger em "Four Feathers"

Jogos de Poder

Custa a acreditar que a derrota da URSS na guerra contra o Afeganistão seja devida à intervenção do congressista Charlie Wilson no sistema político americano tal como o filme Jogos de Poder o apresenta, mas a verdade é que ainda não se ouviram vozes em contrário. Numa entrevista Julia Roberts, que entra no filme como Joanne Herring, refere que a história é tão genial a que nunca ninguém se iria lembrar de criá-la com os contornos em que realmente aconteceu.

Para contextualizar sem revelar muito da história, Charlie Wilson (Tom Hanks) é um congressista controverso, mas astuto; Joanne Herring uma milionária, antiga miss, determinada e inteligente e Gust Avrakotos (Phillipe Seymour Hoffman) um espião da CIA subestimado; juntos conseguem criar uma das maiores manobras políticas da guerra fria. Além das excelentes performances dos actores principais, o realizador Mike Nichols somou mais um sucesso ao seu currículo, criando um filme com uma acção rápida, cuidada, cheia de simbolismos e repleta de momentos de humor preciosos como:

"Why is the Congress saying one thing and doing nothing? Tradition mostly..."

O Sonho de Cassandra

Woody Allen em O Sonho de Cassandra volta a recorrer ao dilema moral como fundamento para este novo filme.

Terry (Colin Farrell) e Ian (Ewan McGregor) são dois irmãos ambiciosos que tentam melhorar as suas vidas a cada oportunidade que surge, Terry é um mecânico que recorre para isso à via do jogo e Ian continua no negócio da família a poupar para a grande oportunidade de negócio que o tornará num grande investidor. O filme começa numa marina, onde os dois irmãos decidem comprar um veleiro juntos, este é demasiado caro porém os dois irmãos decidem comprá-lo. Terry em maré de sorte consegue fazer o inesperado e ao apostar em corridas de cães conseguem ganhar o suficiente para pagá-lo, ambos decidem dar ao veleiro o nome do cão em que Terry apostou "o Sonho de Cassandra". Terry acredita estar numa maré de sorte e passa para apostas mais altas, o "sonho" tal como ele o descreve continua, até que que contrai com agiotas uma dívida demasiado alta de pagar. Os dois irmãos vêem-se forçados a recorrer ao financiamento do Tio Howard, o tio milionário que foi sempre o ídolo e a bóia de salvação da família nos tempos dificeis. Contudo, desta vez o tio precisa que este favor seja pago e recruta os dois irmãos para assassinarem um inimigo seu. Os dois irmãos ficam relutantes, mas Ian acaba por convencer Terry a fazê-lo, dado que isso representaria o fim dos problemas dos dois.

Família, vida, lealdade, moralidade, ambição são alguns dos valores em conflito neste filme que tem o veleiro "o sonho de cassandra" como príncipio e fim.

Ainda assim, o título que woody allen atribuíu a este filme parece querer referir-se a mais que o veleiro que é um elemento-chave em toda a história. Na mitologia grega, a Cassandra era uma mulher que conseguia ouvir os deuses, esta qualidade tournou-a devota servidora de de Apolo. Foi de tal maneira dedicada que o próprio deus se apaixonou por ela e ensinou-lhe os segredos da profecia. Cassandra tornou-se uma profetisa, mas quando se negou a dormir com Apolo, ele, por vingança, lançou-lhe a maldição de que ninguém jamais viesse a acreditar nas suas profecias ou previsões. Cassandra passa então a ser frequentemente considerada como louca ao tentar comunicar à população troiana as suas inúmeras previsões de catástrofe e desgraça.
A gravidade da incredibilidade das previsões e profecias de Cassandra levaram à queda e consequente destruição de Tróia, quando esta viu frustradas as suas sucessivas tentativas de implorar a Príamo que este destruísse o cavalo de madeira.
São várias as interpretações que podem relacionar este título com a profetisa, o "sonho" em que Terry e Ian pareciam imbuídos tinha inúmeros avisos velados ou declarados, previsões ou pressentimentos de que aquele veleiro tinha um fim predestinado, que a culpa de Terry a manifestar-se podia ser a profecia não ouvida de Cassandra sobre a queda de Tróia,... anyway, embora não seja tão genial quanto matchpoint, continua a ser a não perder.

Balanço

Talvez seja por mais um ano ter passado, por gostar deste filme, por hoje ter tido um dia diferente, por ter colocado tantos pontos de interrogação nas minhas frases ou ter ansiado demais por respostas, ... talvez por isso me tenha lembrado desta cena, este diálogo tenha feito especial sentido e as palavras dado conforto.

Academia Fechada

O meu primeiro filme "a sério" em cinema foi visto lá, começaram por lá as minhas primeiras saídas à noite, a sala era enorme e parecia fantástica, a fila L sempre a mais disputada por ter os melhores lugares e o intervalo era sempre motivo para ir comprar pipocas. Não me lembro do meu último filme lá, mas agora que a Academia fechou sinto-me culpada por não ter resistido com mais veemência às salas de cinema descaracterizadas e massificadas dos grandes centros comerciais, com mais sessões e mais filmes disponíveis. Sinto-me responsável por ter preterido a Academia tantas vezes e como isso também contribuiu para o encerramento da sala de cinema de almada por excelência. Fico triste quando uma cidade perde um marco assim, deixa-me revoltada esta cultura de centros comerciais que nos absorve e faz-nos arruinar a cidade em que vivemos e transforma-a numa memória.

American Gangster

O Denzel Washington é daqueles actores que nem a fazer papel de vilão consegue tornar-se odiável, as suas personagens transparecem sempre uma enorme humanidade, o que torna este seu gangster americano mais um sucesso para juntar à lista. Esta história de polícia e ladrão baseada em factos verídicos, nomeadamente no primeiro grande traficante de droga de origem afro-americana, tem como cenários a guerra do vietname e a eclosão das drogas nos EUA numa película cheia de intriga e ritmo.

Russel Crowe no papel de polícia bom incorruptível acaba por não conseguir brilhar tanto, ainda assim este parece um bom regresso ao tipo de papéis que estamos habituados a vê-lo protagonizar.

Um filme que permite perceber que a guerra é capaz dos mais insondáveis efeitos colaterais, que a fonte de riqueza e negócio que pode ser para alguns só resulta de fazer de, ambos os lados, muitas vítimas.

Maratona de Cinema

Les Chansons d'Amour

Não é musical, mas é um filme cheio de música, cheio de canções que fazem as histórias de amor entre 4 amantes. Os actores são afinados, bonitos e cheios de talento, as melodias irresístiveis e a história quotidiana, complexa e intensa.Um filme pleno de ritmo, boa disposição, drama q.b., surpreendentemente diferente e absolutamente irresístivel.

+ a beleza da chiara mastroianni e o ar francês de louis garrel, a realização de Cristophe Honoré e a produção de Paulo branco.

- o imberbe do gregoire leprince ringuet.

Knocked Up
Ou Um Azar do Caraças é um daqueles filmes cujo título não auspicia nada de bom, contudo a película consegue facilmente superar a fraca expectativa transmitida na primeira impressão. Talvez se deva à realização de Judd Apatow ou a inesperada química entre a dupla de protagonistas, Katherine Heigl e Seth Rogen, mas o resultado acaba por ser fazer de uma gravidez inesperada uma comédia divertida, equilibrada e bem disposta.

Odette Toulemounde

Não me ocorre palavra mais adequada para descrever este filme do que: magia! Magia na realização de Eric Emmanuel Schmitt, na interpretação de Catherine Frot, na história e em cada centímetro de película. Odette é uma vendedora de loja que conseguiu sobreviver ao desgosto da viúvez, às dificuldades de criar dois filhos sozinha e à sua vida cinzenta graças aos livro de um escritor, que levam a sua imaginação a fazer do seu quotidiano uma verdadeira lição de felicidade. Um dia Odette ganha coragem e escreve uma carta a Baltazar, o escritor, este descobre a sua maior fã num momento frágil da sua vida e decidi ir viver para a sua casa. A partir desse momento, a vida de odette nunca mais voltará a ser a mesma. Inspirador, cómico, emocionante, mágico,... a não perder!

Blind Dating

Um dos piores filmes que vi nos últimos tempos. Para além do trocadilho óbvio entre o lugar comum de blind date e o facto de a personagem ser de facto cega e decidir começar uma maratona de encontros, a história ser demasiado irrealista e estar cheio de piadas fáceis, o filme só tem mesmo de bom o Eddie Kaye Thomas.

Lech Kowalski

Descobri o Lech Kowalski no DocLisboa 2007, que dedicou a este realizador uma retrospectiva do seu trabalho, e nos dois filmes que vi, talvez por serem tão opostos um ao outro, pude constatar como ele é, de facto, um génio do documentário. Winners and Losers e Rock Soup são dois documentários que estão um para o outro como o vinho está para a água, quer na temática, quer no estilo. Ainda assim, une-os o facto de terem um realizador que sabe contar uma história, dar ao espectador o seu ponto de vista colocando na tela os elementos certos na ordem certa.
Tão surpreendente quanto a sua descoberta, é o facto de Lech Kowalksi ser a prova de como se pode ser um realizador de anúncios publicitários conseguindo ser à margem um documentalista irrepreensível, tudo isto aliado a uma enorme simpatia e humildade.

Rock Soup, EUA 1991 - 81'
No inicio da década de 1990 havia em Lower East Side, NY, uma cozinha de apoio aos sem-abrigo, criada por algumas destas pessoas, fundada sobre a ideia peregrina da sopa da pedra. Este "centro" de apoio a sem abrigo sobrevivia às custas das sobras dos restaurantes nova iorquinos e das ajudas de populares. Lech Kowalksi acompanhou durante alguns meses este centro, retratando o seu quotidiano, as histórias dos seus frequentadores, as lutas contra e a favor do centro. Este documentário intenso e perturbante é uma viagem ao sub-mundo dos sem abrigo que não deixa ninguém indiferente.

Winners and Losers, 80´ EUA/França 2007
Confesso que não foi o entusiasmo pelo tema que me levou à sala do cinema, foi mesmo a falta de bilhetes para outra sessão. Pensei que seria impossível em 80 minutos um realizador conseguir evitar que o espectador não passasse pelas brasas ao ver a final do último campeonato mundial de futebol da perspectiva dos fãs, a minha ideia foi que ver isto era capaz de ser tão interessante como tinta a secar. Confesso que subestimei a ideia e o realizador.

Lech Kowalski a poucos dias da final de futebol que juntou itália e frança, conseguiu em tempo recorde organizar equipas de filmagens em Roma e Paris que em casas particulares, cafés ou locais públicos filmavam as reacções e comentários de gauleses e italianos durante a partida. Para além de se manter fiel ao ritmo do jogo, Kowalski consegue tornar o que parecia entediante num documentário cheio de gargalhadas, através do retrato à emoção inerente a estes jogos e à cultura enquanto modeladora de reacções. Além do génio do realizador que é preponderante para o sucesso do filme, há que admitir que só uma final de futebol entre povos tão diferentes, como os italianos e franceses, podia fazer este filme resultar desta forma.

DocLisboa 2007

Por ser na minha agenda um dos acontecimentos de Lisboa dos mais aguardados de todo o ano e por ser grande e cada vez melhor, eu não merecia estar a falar do DocLisboa no seu último dia, mas sim desde o primeiro. O festival de cinema documental de lisboa que vai já na sua 5ª edição cada vez mais merece todas as atenções, mais uma vez ao consultar o programa tive pena de não ter mais tempo para ver todos os filmes que queria. O documentário é um género de filme que me fascina, pela não ficção, pelas inúmeras possibilidades de abordagem aos temas, pelas diversas realidades que podem ser alvo deste tipo de película. Gosto da imprevisibilidade e surpresa que cada documentário pode revelar na sua história. Gosto do que o Doc Lisboa faz, traz até ao público um género de filmes que não se vê nas salas de cinema habituais e que de outra forma não o podia conhecer.
Este ano o festival nomeou como vencedores os filmes:

-These Girls de Tahani Rached, Competição Internacional;

-Era Preciso Fazer as Coisas de Margarida Cardoso, Competição Nacional;

-Three Comrades de Masha Novikova, Competição Investigações;

Apesar disso, o grande vencedor desta edição é mesmo público, o festival entre 18 e 28 de out acolheu 32600 espectadores, mais 10 100 que no ano anterior. Esta edição teve como convidado de honra o realizador lech kowalsky, cujo génio se revelou uma surpresa tão boa a pontos de merecer um post neste meu pasquim.

Em contagem decrescente já para o próximo Doc Lisboa...

1408

Assustador! Não é terror e ultrapassa as fronteiras do suspense e do thriller, deixando espectadoras facilmente impressionáveis, como eu, a achar que não estavam preparadas para tanto susto. O filme 1408 narra a história de um escritor frustado que publica livros sobre lugares assombrados, não porque tenha curiosidade sobre o tema, mas porque é um céptico.

Reza a história que neste quarto nunca ninguém passou mais que uma noite, porque acabou sempre morto. A personagem de John Cusack decidi experimentar o que este quarto tem de tão paranormal e, sem saber, embarca numa experiência absolutamente terrível que o leva ao fundo das suas frustações, angústias e medos numa luta constante num quarto que não o deixa fazer o check out.

Se bem que o John Cusack a fazer de homem sarcástico e irónico não é bem o tipo de personagem que gosto de vê-lo a fazer, neste filme ele consegue passar bem para o espectador o desespero, a aflição e agonia de estar dentro do quarto e não conseguir sair. Conjuntamente com os efeitos especiais, é a sua representação que torna a primeira meia hora de filme quase insuportável, precisamente por ser bem sucedido a transmitir as sensações certas.

Nesta história só há a lamentar o papel altamente secundário do samuel l jackson e o fim do filme um bocado prevísivel, mas talvez incontornável.

Sem Reserva

Numa altura em que as comédias românticas atravessam uma fase "tonta", em que a comédia parece mais presente que o romance, eis que chega um daqueles filmes que me relembram porque este género é a minha primeira escolha quando vou ao cinema.

Sem Reserva é uma comédia romântica cheia de intensidade, romance quanto baste e boas gargalhadas. A história é original e rica, sendo as performances da, invejavelmente bela, Catherine Zeta Jones e do, muito meu favorito, aaron eckhart bastante equilibradas e maduras, como dupla funcionaram muito bem tornando a química entre o "casal" credível. A Abigail Breslin continua a ser um doce no écran e a provar que o sucesso de "Little Miss Sunshine" não foi fortuito.

Um bom filme para quando "apetece mesmo" ir ao cinema.

Hairspray

Este musical é uma autêntica overdose de laca que durante duas horas me fez estalar os dedos, bater o pé ao som dos anos 60 e sair da sala de cinema com enormes ganas de dançar.

É muito fácil de entrar no ritmo do filme, acreditar na história e ficar concentrada em cada cena. Este sucesso, para mim, justifica-se através de duas palavras: Nicole Blonsky.

Este é o nome da actriz que faz o papel de Tracy Turnblad, a baixinha com peso a mais que pôs toda cidade de Baltimore a dançar. É que tanto a actriz como a personagem, que esta representa, partilham o mesmo sonho: serem famosas! Até à uns tempos Nicole era uma finalista de liceu, que trabalhava em part-time numa loja de gelados, neste momento é a mais recente estrela de hollywood. Se foi para dar mais realismo ao papel que se decidiu fazer um casting deste género e trazer um estranho até às luzes da ribalta, não sei, o que é certo é que funcionou. A Nicole Blonsky tem mesmo o brilho dos olhos de que está a realizar um grande sonho.
As más-línguas dizem que este casting deveu-se ao facto de em hollywood não haverem actrizes com físico ou dispostas a aumentarem uns quilos para protagonizarem o papel. Verdade ou não, uma actriz "size 0" perdeu algumas dezenas de milhares de dólares e Hollywood ganhou uma nova actriz com quilos de talento.

Outra das mais valias de Hairspray é de facto o elenco. A Michelle Pfeiffer é uma excelente vilã, o Christopher Walken prova em mais um papel ser um dos melhores actores de sempre, a Queen Lattifah uma presença incontornável, mas é o John Travolta que é absolutamente irreconhecível e fenomenal. A sua Edna tem uma linguagem corporal, uns movimentos... absolutamente espectaculares e saber que é um homem que dança assim ainda torna as cenas mais divertidas.

Hairspray é um musical até para quem acha os musicais "pindéricos".

Licença para Casar

O que eu gostei mais neste filme foram as descobertas que fiz: os bebés aberração, o bom ar de "boy next door" do John Krasinski e o menino de coro-revelação Josh Flitter.

Gostei também do vídeozinho da camioneta que atravessa o anel de fogo, mas não encontrei isso em lado nenhum. O filme é leve e divertido, aqui fica o trailer.