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Sunday, September 28, 2008

Impossible not to miss

Quando tomei conhecimento desta notícia estava com uma pessoa que imediatamente disse: "O Paul Newman era um daqueles actores que devia ter vivido até aos 100 anos".
Não pude deixar de reconhecer muita verdade nesta afirmação, sem dúvida que o mundo ficou mais pobre em beleza, nobreza, talento e outras tantas qualidades que faziam de Paul Newman One of a Kind na indústria cinematográfica.
Foi um dos primeiros actores que reconheceu na fama alcançada a responsabilidade de assumir opiniões, causas e batalhas. Encantava quem via os seus filmes com a sua beleza intemporal aliada ao talento demonstrado nas suas interpretações e associava simultaneamente a estes a criação de fundações de cariz social.
Neste apontamento que tem tudo de incompleto para demonstrar a grandeza de um grande homem e actor, fica a certeza de que existe algo de exemplar em tudo o que respeita Paul Newman (1925-2008).


Wednesday, January 23, 2008

Unexpected


Todos os dias espero ver uma noticia num jornal a anunciar este desfecho para celebridades como a amy winehouse ou o pete doherty, mas nao do heath ledger.
Senti um murro no estomâgo quando li a noticia num jornal, era um ídolo da minha adoslescência e um actor que gostava de acompanhar. Sempre o imaginei a fazer filmes imenso tempo e a envelhecer com tanta pinta como o robert redford.
Estas mortes prematuras, surreais e inesperadas deixam sempre uma certa incompreensão no ar.

Heath ledger em "Four Feathers"

Saturday, January 5, 2008

Feels wrong...

O cancelamento do Rally Lisboa-Dakar deixa assim uma sensação estranha de resignação. É uma daquelas provas desportivas míticas, que por ser maior e mais dura prova de automobilismo em todo o terreno, por cruzar dois continentes, sempre fez-me olhar para cada uma das pessoas que acaba um Rally dakar com uma enorme admiração. Sempre encarei esasta prova como uma daquelas coisas que deve ser mesmo bom de dizer "fiz um rally dakar". A prova é arriscada na distância, nas condições naturais que cada país tem e por decorrer no continente africano. Este ano juntou-se mais um factor: porque a Al-Qaeda lembrou-se que este rally pode ser uma óptima forma de espalhar o terror.

Quase todos os anos há pilotos que morrem pelo Dakar durante prova, a questão daqui para a frente talvez se vá colocar de um modo diferente quantos estarão dispostos a morrer para a prova continuar existir?
Diz a razão que o cancelamento deste ano do Rally Lisboa Dakar foi a opção mais acertada perante as ameaças da Al Qaeda, mas paira uma resignação amarga com esta noticia. Esta decisão sente-se como uma rendição e mais uma vitória para a Al-Qaeda. Parece que perante o ultimatum nem se tentou lutar por uma prova que já existe há 27 anos. Se para o ano houver uma ameaça terrorista cancelamos mais uma edição? Suspenderemos até as ameaças da Al-Qaeda deixarem de existir?

Acho que a Al-Qaeda conseguiu retirar mais um evento que nos tínhamos habituado ver disputar, que pelo seu adiamento reforçou a presença da organização terrorista no ritmo do mundo e que ganhou mais terreno na sua senda de controlo pela ameaça.
A decisão de cancelamento do Rally Lisboa Dakar parece a mais certa, mas mas não consigo deixar de achar que something feels wrong about it...

Wednesday, September 26, 2007

A Vergonha

Hoje, quando saí do edíficio onde trabalho, primeiro amaldiçoei o facto de já ser tarde, de seguida o trânsito que já estava parado e, por fim, para completar decidi fazer o caminho até à paragem a analisar o meu recibo de vencimento. De olhos pregados à folha, a tentar não tropeçar ou ser atropelada, fazia contas de cabeça e olhava incrédula para a exurbitância que descontei para a Segurança Social. E enquanto fazia isto, completamente alheada do mundo e em "piloto automático" até à paragem, interrompe-me uma voz que diz "Desculpe minha senhora".
Talvez porque vinha distraída virei-me para trás, sorri e disse "boa Tarde", só quando a pessoa me diz "muito obrigada por ter parado e me ter dito boa tarde" eu dei-me conta que tinha sorrido e cumprimentado um estranho. À minha frente estava um homem de meia idade, magro, com um ar distinto que não condizia com a roupa que trazia, suja de tanto ser usada. À medida que ia falando comecei-me a aperceber que talvez fosse pedir dinheiro, mas falava num tom que se fazia sentir sincero, ora olhos em mim de súplica, ora olhos no chão de humilhação, repetindo "é vergonhoso, que vergonha tão grande ter que lhe dizer isto,..."
Percebia o senhor, da forma mais educada e correcta, a esforçar-se e, simultaneamente, a sentir-se bloqueado pela humilhação pessoal de, por fim, dizer "queria-lhe pedir uma esmola".
Senti-me sem chão, impelida a agir contra tudo o que penso sobre estas situações, a não a ser capaz de alinhar com o meu cepticismo e incredulidade, a abandonar a minha racionalidade e a ser-me completamente impossível de ficar indiferente ao homem destruído que estava à minha frente. Avisei-o que as moedas que tinha eram pequenas, que não iam servir de muita ajuda e ele agradece com uma emoção tal que me deixa sem reacção, ao ponto de me despedir dele a dizer "adeus e obrigada".
Não sei porque é que agradeci, mas isto fez-me pensar deixou-me num lugar entre o triste e o mal, porque no dia em que eu recebo o meu ordenado, rogo pragas ao meu trabalho e falo mal do meu salário sou interpelada por uma pessoa que não tem nada. Talvez seja um sinal ou as coincidências existam, talvez o senhor seja um bom actor ou a necessidade dele uma mentira, mas eu percebi a humilhação que pode ser pedir uma esmola e o quanto estava a ser ingrata com a minha vida, naquele momento que precedeu o nosso encontro. Eu dei-lhe uma pequena esmola, mas ele deu-me esta grande certeza: a ingratidão tem tanto de vergonha como tem pedir esmola.

Tuesday, September 11, 2007

11/9/2001

Pela crueldade, pelo facto de ser ao vivo, pela magnitude do número de vítimas e estragos, pelos símbolos derrubados, pelas histórias dramáticas das vítimas, pela impotência de fazer seja o que for, pela surrealidade de cada pormenor sórdido, por todo o terror mais que conseguido e bem sucedido, por toda a História decorrente, pelo mundo que nunca mais voltou a ser o mesmo... O 11 de Setembro é uma data que continuo a recordar com sensação de pesar, não só pelo acontecimento em si, bem como pelo mundo paranóico com terrorismo em que, infelizmente, nos tornámos.

Passados seis anos sinto o mesmo medo latente que sentia logo após os atentados de 2001. Infelizmente, o 11 de setembro ainda está bem presente e uma amostra disso mesmo é o estudo do Instituto Zogby, segundo o qual os atentados (que mataram cerca de 3.000 pessoas) estão na memória dos norte-americanos ao ponto de 61% admitirem pensar neles pelo menos uma vez por semana e 16% uma vez por dia.

É difícil esquecer o momento que determinou o mundo que somos agora, tendo conhecido o mundo que éramos antes.

Friday, September 7, 2007

Love is a Loosing Game

Este meu post não pretende ser um lamento, antes uma constatação, não tanto do que sinto, mas do que me rodeia. Nas histórias que oiço e que conheço o amor parece estar deslocado, nos sítios errados e a sua ausência a fazer-se sentir sem justiça ou piedade. Nestas alturas fico céptica e começo a acreditar que o amor não é aquele sentimento harmonioso que se gosta de classificar como ao alcance de todos, porque há aqueles que por amarem as pessoas erradas talvez nunca o viverão. Esta situação perturba-me. Acho injusto o "desamor", a tristeza e a solidão que invade os dias das pessoas cuja a única culpa é amarem alguém que não escolheram amar. Nestes casos há um completo alheamento às escolhas que o coração faz, não há culpas que possam ser imputadas e, por esse motivo, estas pessoas não deviam de estar a viver a desilusão da falta do outro no amor.
Por isso, este sentimento parece, nestes dias, contraditório, fora dos parâmetros institucionalizados, desregrado, desiquilibrado, injusto, com toques de crueldade, sendo a frase que mais sentido faz a da música da Amy Winehouse: Love is a loosing game. O amor hoje assemelha-se mais a um jogo que a um sentimento, no qual a sorte é o mais importante elemento e o que determina o sucesso. A Sorte primeira é encontrar uma pessoa que também nos ama. Ao menos os que sofrem por amor depois de terem amado, tiveram a sorte de o viver. Aos que amam, sem serem amados, nem isso é dado.
E embora isto pareça conversa de gente mal-amada, a verdade é que o amor parece aquele jogo ingrato com uma possibilidade de vitória escassa, díficil e pouco provável, mas que continuamos a jogar porque acreditamos que um dia a sorte vai mudar porque a merecemos.
No amor parece só haver duas certezas: que na desilusão só quem a vive sabe o vazio e a dor que se sente e que, apesar disso, mais tarde ou mais cedo vamos tentar a sorte outra vez.

Saturday, August 25, 2007

"Falar" como Eduardo Prado Coelho

Como um coro que chamava Portugal ao bom senso Eduardo Prado Coelho habituou-nos de tal forma às suas crónicas que, em muitos casos, esperava-se que ele dissesse o que muitos só eram corajosos para pensar.
Esta manhã não partiu só um dos intelectuais e professores maiores no que respeita a cultura portuguesa, mas o país ficou sem um dos sentidos críticos que mais faziam falta. O que me agradava mais no Eduardo Prado Coelho era o facto de existir por trás das críticas acutilantes que conseguia fazer com mestria, um homem extremamente sensível, que intercalava as temáticas mais sérias nas suas crónicas com as observações mais simples e bonitas, como a do gato que gostava de cirandar pela FCSH.
Uma das coisas que para mim era obrigatório ler no Público, além das tiras do Calvin & Hobbes, era a coluna do eduardo prado coelho e descobrir sobre o que é que ele nesse dia ía "falar". Não costumo muito comprar jornais, mas ontem por acaso comprei e mais uma vez li a sua crónica. Quando acabei virei a página, descansada a pensar que, enquanto tivermos o Prado Coelho a escrever, temos pelo menos a defesa à irracionalidade assegurada. Se o Eduardo Prado Coelho não tivesse morrido esta manhã e esta não fosse uma das suas últimas crónicas, eu não a teria colocado no blog, ainda que considere que fazia das palavras dele cada uma das minhas, relativamente à ditadura da madeira e ao assunto em questão. Porém, o seu falecimento deixou-me triste com a injustiça das mortes prematuras por doenças que chegam sem aviso e de de forma implacável, mas sobretudo deixou-me inquieta por saber que não há muitos cronistas a "falarem" como ele. Por isso, além de falar sobre Eduardo Prado Coelho, achei necessário colocar esta crónica como exemplo da frontalidade destemida que devia ser característica da "voz" de mais cronistas e não é.
Não é só do gato preto da sua coluna que se vai estranhar a ausência ao folhear o Público, é também de ler como "falava" Eduardo Prado Coelho que vamos sentir falta.


" Comício de Verão

No seu habitual comício de Verão do PSD/Madeira, lá tivemos Alberto João Jardim a vociferar com a habitual virulência e desfaçatez. Conseguisse ele imaginar o que a esmagadora maioria dos portugueses do continente pensa destas vistosas performances e talvez não exibisse tamanha arrogância. Mas não consegue, e, por isso, fica ali, naquele estardalhaço ensolarado, a vacilar entre o ridículo e o patético.
Para o ilustre presidente do PSD da Madeira, o alvo, desta vez, foram as chamadas “causas fracturantes”, que é o nome algo abusivo que foi atribuído aos temas que se ocupam de aspectos importantes da vida quotidiana das pessoas. Que um banco recuse um empréstimo a duas mulheres que vivem juntas, considerando que a situação de lésbicas não lhes permite qualquer solicitação nesse sentido, é algo que afecta o dia a dia de cada uma. E esses são problemas que não podem ser ignorados. Sobretudo com aquele inevitável argumento de que há assuntos muito mais importantes, como o desemprego ou as leis do trabalho (esta é a lengalenga habitual do PCP, que não tem particular simpatia por “temas fracturantes”, embora, às vezes, lá alinhe). Que disse, então, Alberto João Jardim? Numa alusão à lei sobre a despenalização do aborto, declarou, segundo os hábitos enraizados do conservadorismo nesta matéria, que, “quando se fazem leis contra a vida humana, é um precedente que não podemos consentir para depois fazerem outros direitos ou se ofenderem outros direitos das pessoas em nome do Estado absoluto”. Não vamos discutir. Mas Jardim parece não ter entendido que a lei sobre a despenalização do aborto em determinadas circunstâncias é uma lei que aumenta a liberdade das pessoas, porque não obriga ninguém a fazer abortos, mas permite que quem quiser os faça e quem não quiser não faça. Falar em “Estado absoluto” é um contra-senso.
E falou sobre homossexuais. Para dizer que “querer o casamento de homossexuais e tudo isso que o Governo socialista prepara, essas não são causas, são deboche, são degradação, é pôr termo aos valores que nós, portugueses, a nossa alma nacional, temos desde o berço e que os nossos pais nos ensinaram”. Cá temos o modelo perfeito do pensamento reaccionário: vai-se buscar um princípio suposto intocável, neste caso a “alma nacional” ( Jardim ignora que “a alma é um vício”, como genialmente escreveu Agustina), para interditar qualquer debate racional e ponderado sobre estas matérias, e não se aceitar a pluralidade de posições.
Do berço não me recordo bem, mas lembro-me que os meus pais, felizmente, nunca me ensinaram estas coisas, bem pelo contrário, embora sempre permitindo que eu viesse a pensar o que achasse mais certo. E nada me leva a suspeitar que não fossem portugueses, que não fizessem parte deste demagógico “nós, portugueses” a que Jardim recorre. Os pais da minha mãe moravam na Rua do Noronha, por detrás da Imprensa Nacional, e os do meu pai na Correia Telles a Campo de Ourique. Terão sido menos portugueses por não pensarem o que pensa Alberto João Jardim? Como dizia Pacheco Pereira, se Jardim berrasse menos e pensasse mais...
"

Eduardo Prado Coelho (1944-2007)

Tuesday, April 3, 2007

O Homem que espera...

Na estação de metro da praça de espanha, onde saio da carruagem com passo apressado no caminho que me devolve ao calor de casa, há um homem que encontro todos os dias sentado no mesmo banco, de braços cruzados, a fazer de encosto para o sono sempre o mesmo outdoor. Sempre que passo por ele questiono-me porque será que está ali sempre e àquela hora. Será que espera por alguém que demora a chegar? Será que é a bebedeira que não teve tempo de chegar a casa? Será que aquele é o único momento de sossego que consegue apreciar? Será que faz tempo para chegar a casa? Será um louco? Será um sem-abrigo? Será um sonhador? Será um teste para nos fazer pensar? Será de propósito ou será algo que acontece insconscientemente?
Ao olhar para ele há uma certeza que se abate de que é algo triste que motiva a presença deste homem, todos os dias, na mesma estação de metro pela mesma hora, não incomoda ninguém nem ninguém se mete com ele. A passividade é mútua e a dúvida é constante: qual é a história deste homem?
Eu gosto da versão de que ele está à espera de alguém que costumava sair naquela estação àquela hora ou que combinou com ele, mas que nunca vai chegar. Enquanto espera, adormece. Enquanto dorme, sonha com um reencontro, regado a abraços e beijos, que nunca vai acontecer.

É díficil passar pelo homem da estação de metro da praça de espanha, como eu o chamo, e ficar indiferente, por isso lanço um desafio: para vocês qual é a história deste homem?

Sunday, March 25, 2007

Lonestar

Nos últimos dias tem-me assaltado a questão se estarei a investir bem o meu tempo, se estou a utilizá-lo de forma a chegar ao que eu quero, se não me ando a distrair demais com coisas que no fim podem não resultar em nada, se isto é a minha mente a ser pessimista ou só a ser prudente, se os exemplos que se colocam à minha frente são esperanças ou são alertas, se estou atenta e a pôr o meu empenho nas coisas certas, se este cansaço vale a pena, se é este o caminho, se é melhor deixar alguma coisa para trás e focalizar-me nas coisas verdadeiramente importantes, se no fim alguém me vai dar algum mérito, ...se...se...se..
Há uns anos vi esta ilustração do Jordi Labanda e fiquei com ela porque parecia uma reprodução a papel químico dos meus momentos contemplativos, em que o céu estrelado costuma ser companhia e simultaneamente, como canta a Norah Jones, o lugar onde se espera encontrar uma resposta ou um sinal.



Lonestar where are you out tonight?
This feeling I'm trying to fight,
it's dark and I think that I would give
anything for you to shine down on me.


How far you are? I Just don't know,
the distance I'm willing to go.
I pick up a stone that I cast to the sky
hoping for some kind of sign.

Friday, February 2, 2007

A Vaca que Ri!

Sim, este blog está no seu período mais duro. A semana foi dura: dura no trabalho, dura quanto à exigência, duramente injusta em certos aspectos, de duros objectivos e de duríssimas causas. E, claro, tudo isto se reflecte aqui, por consequência.
Este espírito, aliado à intensa fase de act, support and protest que estou a viver, faz-me estar muito mais sensível também às duras verdades. Por isso, apesar de ter lido esta minúscula notícia à algum tempo, esta semana quando a reencontrei num canto recôndito do quarto pensei logo no destino a dar-lhe.
Não o traduzi a bem da verdade, para não incorrer em erros graves, mas é claro que como bons portugueses que somos, de futebol e de espanhol todos entendemos um pouco. Digam lá que ao ler isto não dá logo vontade de dizer ... Se ao menos o mundo não fosse assim...



Las vacas europeas son más ricas que casi la mitad de la población mundial. Cada res de la UE recibe en concepto de subsidios y ayudas el equivalente a 2,20€ ( 2,20$US ), mientras que 2.800 millones de personas viven con menos de 2$US diarios.

Thursday, January 25, 2007

La Ausencia es una forma de Invierno



Como el cuerpo de un hombre derrotado en la nieve,
con ese mismo invierno que hiela las canciones
cuando la tarde cae en la radio de un coche,
como los telegramas, como la voz herida
que cruza teléfonos nocturnos,
igual que un faro cruza
por la melancolía de las barcas en tierra,
como las dudas y las certidumbres,
como mi silueta en la ventana,
así duele la noche,
con ese mismo invierno de cuando tú me faltas,
con esa misma nieve que me ha dejado en blanco,
pues todo se me olvida
si tengo que aprender a recordarte.


Luis García Montero
'Completamente Viernes', Tusquets Editores,1998








Porque hoje começou a fazer um frio verdadeiramente de Inverno. Porque quando a noite se sente cansada e melancólica há conforto nestes versos. Porque as palavras não são meros objectos. Porque Espanha merece uma pequena redenção. Porque os amigos partem, as saudades sentem-se e as recordações são tudo o que fica. Porque este poema faz sentido!

Tuesday, January 16, 2007

Amanhã...

"Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria que se possa imaginar.

Amanhã redobrada força, para cima que não cessa, há-de vingar.

Amanhã mais nenhum mistério acima do ilusório, o astro rei vai brilhar!

Amanhã a luminosidade alheia a qualquer vontade há-de imperar.

Há-de Imperar.


Amanhã está toda a esperança por menor que pareça, existe e é para vicejar.

Amanhã apesar de hoje ser a estrada que surge pra se trilhar.

Amanhã, mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam ver o dia raiar.

Amanhã, ódios aplacados temores abrandados, será pleno!

Será Pleno!!!"

Quem diria que uma canção enviada para um dia destes, iria servir já para hoje! A melodia tem o mesmo ritmo que o meu ânimo, a voz do Tim tem o mesmo tom de incerteza que o meu pensamento e a letra é tudo aquilo em que quero acreditar.
Amanhã será um lindo dia...

Tuesday, December 12, 2006

Volver

Volta a tristeza de ter que me despedir e nestes momentos revolta-me o destino que nos pôs a viver a mais de 600 km de distância e não faz do nosso adeus uma rotina. Limpei o melhor que pude a voz da emoção e com tom frio de quem não estava para conversas de taxistas disse "Boa noite, para xxxxx por favor" e regressei a casa a tentar encontrar, nas luzes que ainda iluminavam a Lisboa que é minha (e que agora já conheces melhor), resposta para a dúvida mais persistente que é aquela de quando estarás de novo presente...
Tenho todos os sintomas reflexos de uma pessoa que viu partir um amigo: algumas horas de sono, um vazio que enche toda a alma e a certeza que, felizmente, este sentimento se repetirá porque enquanto houver amizade volta-se sempre.