"it's better a wall than a war" este foi o pensamento que determinou a aceitação da construção do muro de Berlim pelos aliados. Construído em 1961 pelas forças militares da URSS que controlava Berlim Oriental, o muro de Berlim tornou-se o estigma de uma cidade e o símbolo da guerra fria. Devido às características do regime soviético, as condições de vida e dificuldades começaram-se a intensificar do lado leste e a fuga da população para o lado ocidental depressa começou a assumir proporções que obrigaram a RDA a implementar 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação e127 redes metálicas electrificadas com alarme.
Enquanto no lado leste a zona junto ao muro estava toda militarizada, do lado ocidental era um normal local de passagem que facilmente foi tomado como mural de descontentamento. Os pedaços de muro que ainda podemos encontrar na cidade são o melhor reflexo disso, estão cheios de cor e arte nas formas mais simples e complexas. O muro continua presente na cidade através destes metros de memória, mas também na linha que marca no alcatrão os contornos e curvas desta divisória entre os dois lados da cidade, nos memoriais que existem às pessoas que morreram a tentar passá-lo, nas constantes obras que o lado leste da cidade ainda está sujeito para atenuar as diferenças com o lado ocidental da cidade, nos checkpoints...
O muro de berlim caiu em 1991, as inúmeras gruas que ainda se vêem pela cidade até podiam dar a entender que a cidade está a tentar esquecer o seu passado, porém há algo que é absolutamente incontornável até para o visitante de ocasião de berlim: não há como esquecer o muro. A verdade é que a cidade sente-se ainda no enorme dilema que é tentar recuperar de 30 anos de divisão, atenuar as amarcas físicas resultantes desse período e criar uma nova e unificada identidade. Torna-se incrível pensar que esta foi a cidade que ainda há tão pouco tempo teve a rasgá-la aquele que foi "o" muro e "o" mural.
No comments:
Post a Comment