If Looks Could Kill

Eis a minha mais recente fonte de energia, boa disposição e que, por vezes, me põe a dançar num ápice como não houvesse amanhã. Os Camera obscura estão-se a tornar no novo vício.

A Vergonha

Hoje, quando saí do edíficio onde trabalho, primeiro amaldiçoei o facto de já ser tarde, de seguida o trânsito que já estava parado e, por fim, para completar decidi fazer o caminho até à paragem a analisar o meu recibo de vencimento. De olhos pregados à folha, a tentar não tropeçar ou ser atropelada, fazia contas de cabeça e olhava incrédula para a exurbitância que descontei para a Segurança Social. E enquanto fazia isto, completamente alheada do mundo e em "piloto automático" até à paragem, interrompe-me uma voz que diz "Desculpe minha senhora".

Talvez porque vinha distraída virei-me para trás, sorri e disse "boa Tarde", só quando a pessoa me diz "muito obrigada por ter parado e me ter dito boa tarde" eu dei-me conta que tinha sorrido e cumprimentado um estranho. À minha frente estava um homem de meia idade, magro, com um ar distinto que não condizia com a roupa que trazia, suja de tanto ser usada. À medida que ia falando comecei-me a aperceber que talvez fosse pedir dinheiro, mas falava num tom que se fazia sentir sincero, ora olhos em mim de súplica, ora olhos no chão de humilhação, repetindo "é vergonhoso, que vergonha tão grande ter que lhe dizer isto,..."
Percebia o senhor, da forma mais educada e correcta, a esforçar-se e, simultaneamente, a sentir-se bloqueado pela humilhação pessoal de, por fim, dizer "queria-lhe pedir uma esmola".
Senti-me sem chão, impelida a agir contra tudo o que penso sobre estas situações, a não a ser capaz de alinhar com o meu cepticismo e incredulidade, a abandonar a minha racionalidade e a ser-me completamente impossível de ficar indiferente ao homem destruído que estava à minha frente. Avisei-o que as moedas que tinha eram pequenas, que não iam servir de muita ajuda e ele agradece com uma emoção tal que me deixa sem reacção, ao ponto de me despedir dele a dizer "adeus e obrigada".

Não sei porque é que agradeci, mas isto fez-me pensar deixou-me num lugar entre o triste e o mal, porque no dia em que eu recebo o meu ordenado, rogo pragas ao meu trabalho e falo mal do meu salário sou interpelada por uma pessoa que não tem nada. Talvez seja um sinal ou as coincidências existam, talvez o senhor seja um bom actor ou a necessidade dele uma mentira, mas eu percebi a humilhação que pode ser pedir uma esmola e o quanto estava a ser ingrata com a minha vida, naquele momento que precedeu o nosso encontro. Eu dei-lhe uma pequena esmola, mas ele deu-me esta grande certeza: a ingratidão tem tanto de vergonha como tem pedir esmola.

Hairspray

Este musical é uma autêntica overdose de laca que durante duas horas me fez estalar os dedos, bater o pé ao som dos anos 60 e sair da sala de cinema com enormes ganas de dançar.

É muito fácil de entrar no ritmo do filme, acreditar na história e ficar concentrada em cada cena. Este sucesso, para mim, justifica-se através de duas palavras: Nicole Blonsky.

Este é o nome da actriz que faz o papel de Tracy Turnblad, a baixinha com peso a mais que pôs toda cidade de Baltimore a dançar. É que tanto a actriz como a personagem, que esta representa, partilham o mesmo sonho: serem famosas! Até à uns tempos Nicole era uma finalista de liceu, que trabalhava em part-time numa loja de gelados, neste momento é a mais recente estrela de hollywood. Se foi para dar mais realismo ao papel que se decidiu fazer um casting deste género e trazer um estranho até às luzes da ribalta, não sei, o que é certo é que funcionou. A Nicole Blonsky tem mesmo o brilho dos olhos de que está a realizar um grande sonho.
As más-línguas dizem que este casting deveu-se ao facto de em hollywood não haverem actrizes com físico ou dispostas a aumentarem uns quilos para protagonizarem o papel. Verdade ou não, uma actriz "size 0" perdeu algumas dezenas de milhares de dólares e Hollywood ganhou uma nova actriz com quilos de talento.

Outra das mais valias de Hairspray é de facto o elenco. A Michelle Pfeiffer é uma excelente vilã, o Christopher Walken prova em mais um papel ser um dos melhores actores de sempre, a Queen Lattifah uma presença incontornável, mas é o John Travolta que é absolutamente irreconhecível e fenomenal. A sua Edna tem uma linguagem corporal, uns movimentos... absolutamente espectaculares e saber que é um homem que dança assim ainda torna as cenas mais divertidas.

Hairspray é um musical até para quem acha os musicais "pindéricos".

Murais Famosos- The Great wall of Los Angeles

Gosto de murais pelo lugar de opinião que são, porque são públicos, interventivos e artísticos. Gosto da marginalidade inerente, da mensagem codificada e da contra-regra. Por isso, a partir de hoje vão aparecer neste "muralzinho" da blogosfera alguns dos murais que tornaram esta uma forma de arte.

O Great Wall of Los Angeles é um dos maiores murais do mundo, representando ao longo de 840 metros a História da Califórnia. O mural foi desenhado por Judith Baca e executado por 700 pessoas entre artistas e jovens coordenados pela SPARC, um centro de artes, ao longo de 10 anos. O mais interessante é que esta é uma obra ainda em aberto porque a SPARC prevê actualizações para este mural.

Licença para Casar

O que eu gostei mais neste filme foram as descobertas que fiz: os bebés aberração, o bom ar de "boy next door" do John Krasinski e o menino de coro-revelação Josh Flitter.

Gostei também do vídeozinho da camioneta que atravessa o anel de fogo, mas não encontrei isso em lado nenhum. O filme é leve e divertido, aqui fica o trailer.

Fim do Dia

Acabar um dia a ouvir Mafalda Veiga ao vivo é sempre uma forma de fechar a jornada com chave de ouro. A voz dela tem um timbre neutro, as letras são reconfortantes, os sons quentes e é impossível acabar a noite sem aquela sensação, de que apesar da trovoada que se fazia sentir e do cansaço latente, valeu a pena escolher um fim de dia assim.

Quarta de Jazz

Não sei quando começaram nem quando vão acabar, certo é que pelo menos este mês as quartas feiras passam também a ser no Lux com as lux jazz sessions. São noites em que os novos nomes e sons do jazz vão passar por Lisboa sob a forma de concertos a não perder, quem garante isso é a própria organização através de uma programação que reflecte "um conjunto de nomes centrais nesse processo de eliminação de fronteiras que a grande música negra vem experimentando, sejam eles cantores, instrumentistas ou DJs, nacionais ou estrangeiros, tradicionais ou vanguardistas, pretos ou brancos, novos ou velhos... bonitos ou feios. O que interessa é que os seus corações batam ao ritmo do jazz, qualquer que ele seja. "

Noites no Lux nunca são noites perdidas e a tomar como exemplo a quarta feira passada com erik truffaz quartet, sobretudo a parte de oliver korthals, é mesmo uma noite com uma sonoridade diferente que se passa.

Próximos: 19 de Setembro - Cool Hipnoise e Mr. Cheeks / Kronic no Dancefloorjazz.

Pérolas de Saber (9)

" Se não houver frutos, valeu a beleza das flores;
se não houver flores, valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas, valeu a intenção das sementes..."

autor desconhecido...
ou não! se alguém souber quem criou esta frase por favor diga. Às portas do outono e na esperança que nos enche cada início de estação, achei que não podia haver melhor timming para esta frase.

Delícia Japonesa de Domingo à noite...

Fiquei fã!

11/9/2001

Pela crueldade, pelo facto de ser ao vivo, pela magnitude do número de vítimas e estragos, pelos símbolos derrubados, pelas histórias dramáticas das vítimas, pela impotência de fazer seja o que for, pela surrealidade de cada pormenor sórdido, por todo o terror mais que conseguido e bem sucedido, por toda a História decorrente, pelo mundo que nunca mais voltou a ser o mesmo... O 11 de Setembro é uma data que continuo a recordar com sensação de pesar, não só pelo acontecimento em si, bem como pelo mundo paranóico com terrorismo em que, infelizmente, nos tornámos.

Passados seis anos sinto o mesmo medo latente que sentia logo após os atentados de 2001. Infelizmente, o 11 de setembro ainda está bem presente e uma amostra disso mesmo é o estudo do Instituto Zogby, segundo o qual os atentados (que mataram cerca de 3.000 pessoas) estão na memória dos norte-americanos ao ponto de 61% admitirem pensar neles pelo menos uma vez por semana e 16% uma vez por dia.

É difícil esquecer o momento que determinou o mundo que somos agora, tendo conhecido o mundo que éramos antes.

Ana dos Cabelos Ruivos

Foi com olhos esbugalhados e brilhantes, qual criança, que ao ver o anúncio da planeta de agostini sobre os dvd's da Ana dos Cabelos Ruivos pensei " amanhã cedo tenho que passar por um quiosque".

A Ana dos Cabelos Ruivos é dos desenhos animados que mais me fazem recordar a infância, nomeadamente as tardes a vero agora escolha no sofá da minha avó com a minha irmã.

A verdade é que comecei por comprar o primeiro fascículo só para matar saudades e quando acabei de ver os dois primeiros episódios decidi comprar toda a colecção. Primeiro, porque, a Ana dos cabelos ruivos, apesar dos anos que já passaram, continua a divertir-me com toda a sua queda para o romantismo, imaginação e exagero para a tragédia; segundo porque são mesmo uns desenhos animados bonitos, cheios de imagens lindíssimas.

Os dois primeiros fascículos já estão nas bancas. Cada dvd traz 2 episódios e o genérico em versão karaoke, no total são 25 fascículos absolutamente imperdíveis cujo preço compensa a nostalgia de um breve regresso aos tempos de infância.

Love is a Loosing Game

Este meu post não pretende ser um lamento, antes uma constatação, não tanto do que sinto, mas do que me rodeia. Nas histórias que oiço e que conheço o amor parece estar deslocado, nos sítios errados e a sua ausência a fazer-se sentir sem justiça ou piedade. Nestas alturas fico céptica e começo a acreditar que o amor não é aquele sentimento harmonioso que se gosta de classificar como ao alcance de todos, porque há aqueles que por amarem as pessoas erradas talvez nunca o viverão. Esta situação perturba-me. Acho injusto o "desamor", a tristeza e a solidão que invade os dias das pessoas cuja a única culpa é amarem alguém que não escolheram amar. Nestes casos há um completo alheamento às escolhas que o coração faz, não há culpas que possam ser imputadas e, por esse motivo, estas pessoas não deviam de estar a viver a desilusão da falta do outro no amor.

Por isso, este sentimento parece, nestes dias, contraditório, fora dos parâmetros institucionalizados, desregrado, desiquilibrado, injusto, com toques de crueldade, sendo a frase que mais sentido faz a da música da Amy Winehouse: Love is a loosing game. O amor hoje assemelha-se mais a um jogo que a um sentimento, no qual a sorte é o mais importante elemento e o que determina o sucesso. A Sorte primeira é encontrar uma pessoa que também nos ama. Ao menos os que sofrem por amor depois de terem amado, tiveram a sorte de o viver. Aos que amam, sem serem amados, nem isso é dado.
E embora isto pareça conversa de gente mal-amada, a verdade é que o amor parece aquele jogo ingrato com uma possibilidade de vitória escassa, díficil e pouco provável, mas que continuamos a jogar porque acreditamos que um dia a sorte vai mudar porque a merecemos.

No amor parece só haver duas certezas: que na desilusão só quem a vive sabe o vazio e a dor que se sente e que, apesar disso, mais tarde ou mais cedo vamos tentar a sorte outra vez.

Falso Trailer Motelx

A dar o mote para o ínicio do MOTELX, o primeiro festival de cinema de terror de lisboa, aqui está o spot que já anda a passar em alguns canais televisivos e que pelo que consta foi realizado num só dia (!!!!!) num motel assombrado do estoril.

Uma vez que começa hoje eis algumas informações de última hora...

PREÇO €3,5
€2,5 (estudantes e maiores de 65 anos)

BILHETEIRAS
De 5 a 9 de Setembro das 13h até 30 min depois do início da última sessão.

CINEMA SÃO JORGE
Av. da Liberdade, N.175 - Lisboa
Telefone: (+351) 213 103 400

Autocarros: 1, 2, 9, 11, 31, 32, 36, 44, 45, 46, 90
Metro: Linha Azul, Estação Avenida

MOTELX - Programação

Para marcar na agenda e fazer deste fim de semana um filme de terror...

Quarta 05, Setembro
21h30 · Sala 1 Sessão de Abertura
Sangue sobre Vermelho (15') de Pedro Baptista
The American Nightmare (73') de Adam Simon

Quinta 06, Setembro
15h00 · Sala 1
Incident on and off a Mountain Road (51') de Don Coscarelli
Jenifer (58') de Dario Argento

15h30 · Sala 3O
Labirinto do Fauno (112') de Guillermo del Toro

19h00 · Sala 2
Apresentação do Livro "Contos de Terror do Homem-Peixe"

21h30 · Sala 1
Valerie on the Stairs (60') de Mick Garris
ProLife (57') de John Carpenter

21h45 · Sala 3O
Segredo da Múmia (86') de Ivan Cardoso

00h00 · Sala 2
Concerto

Sexta 07, Setembro
15h00 · Sala 1
Blade 2 (117') de Guillermo del Toro

15h30 · Sala 3
Um Lobisomem na Amazônia (76') de Ivan Cardoso

17h15 · Sala 1
Sounds Like (58') de Brad Anderson
Pelts (58') de Dario Argento
Right to Die (58') de Rob Schmidt

17h30 · Sala 3
Room/Mate (18') de Manuel Pureza
Mimic (105') de Guillermo del Toro

21h30 · Sala 1
Lost Soul (8') de Nuno Cera
S&Man (84') de JT Petty

21h45 · Sala 3
Receita do Sossego (10') de Catarina Viana e Fernando Lino
As Sete Vampiras (85') de Ivan Cardoso

00h00 · Sala 1
Chocolate (60') de Mick Garris
Dreams at the Witch-House (55') de Stuart Gordon

00h15 · Sala 3
Nunca Estou onde Pensas que Estou (19') de Jorge Cramez
H6: Diario de un Asesino (92') de Martin Garrido Baron

Sábado 08, Setembro
15h00 · Sala 1
Nas Costas do Diabo (106') de Guillermo del Toro

15h30 · Sala 3
A Marca do Terrir (80') de Ivan Cardoso

17h15 · Sala 1
A Noiva (5') de Ana Almeida
Mulberry Street (85') de Jim Mickle

17h30 · Sala 3
Hell's Highway: The True Story of Highway Safety Films (91') de Bret Wood

19h00 · Sala 2
Masterclass Mick Garris

21h30 · Sala 1
Cigarette Burns (59') de John Carpenter
Homecoming (58') de Joe Dante

21h45 · Sala 3
Hellboy (122') de Guillermo del Toro

00h00 · Sala 1
Máquina (16') de Gabe Ibáñez
Midnight Movies - From the Margin to the Mainstream (86') de Stuart Samuels

00h15 · Sala 3
Electric Yakuza Go to Hell (52') de Yves Montmayer
Imprint (63') de Miike Takashi

Domingo 09, Setembro
15h00 · Sala 1
Black Cat (58') de Stuart Gordon
Family (58') de John Landis

15h30 · Sala 3
Cronos (94') de Guillermo del Toro

17h15 · Sala 1
Handyman (15') de Simon Rumley
The Living and the Dead (83') de Simon Rumley

17h30 · Sala 3
O Universo de Mojica Marins (26') de Ivan Cardoso
O Sarcófago Macabro (52') de Ivan Cardoso

19h00 · Sala 2
Masterclass Ivan Cardoso

21h00 · Sala 1
Resultado do workshop Ivan Cardoso
Black Sheep (87')

Tanti Auguri Bella!!

1.Grande,
2.Magnífica,
3.Inteligente,
4.Bonita,
5.Sensível,
6.Divertida,
7.Party animal,
8.Glamourosa,
9.Optimista,
10.Determinada,
11.Amiga,
12. "Bom ouvido",
13. Excelente conselheira,
14. Unta,
15. Querida,
17. Sonhadora,
18. Bom humor aguçado;
19. Corajosa;
20. Humilde;
21. Simpática;
22. Boa "vizinha";
23. Arrasa-corações;

Eis as 23 razões que provam que, no teu caso, ganhar mais um ano não é problema absolutamente nenhum! ;) *chuaaaaak

Contos de Terror do Homem Peixe

É já na próxima quinta-feira, 6 de Setembro, às 19h00 no Cinema S. Jorge que terá lugar o lançamento da tão aguardada antologia de Contos de Terror, intitulada "Contos de Terror do Homem-Peixe ", e sessão de autógrafos com os autores.Esta edição conjunta do CTLX, Cineclube de Terror de Lisboa e das Edições Chimpazé Intelectual reúne 11 contos da autoria de: Baptista Bastos, Rui Zink, Possidónio Cachapa, David Soares, João Tordo, João Seixas, António de Macedo, Fernando Ribeiro, João Barreiros , Guilerme Trindade Filipe e Pedro Martins (estes dois últimos apurados no concurso de contos).

As ilustrações da antologia são da autoria de João Maio Pinto e o lançamento do livro serão acompanhados pela exposição com os originais das ilustrações, a qual será inaugurada pelas 23h logo após a sessão de abertura do MOTELx, Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, a 5 de Setembro no Cinema S. Jorge. Antes de sair para as livrarias, a antologia estará à venda em exclusivo no MOTELx a partir de 5 de Setembro durante os dias do festival e o PVP será de €13,90 com direito a desconto mediante a apresentação de um bilhete de uma qualquer sessão do MOTELx (5-9 Setembro).