Sunday, February 24, 2008

Realismo e Aventura

The Darjeeling Limited
Este novo filme do Wes Anderson é uma comédia vibrante que reúne três americanos particulares, num lugar improvável (um comboio da Índia), numa viagem que é um reencontro e a procura do Norte nas suas vidas desorientadas. Jack (Jason Schwartzman), Francis (Owen Wilson) e Peter (Adrien Brody) são três irmãos que se reencontram pela primeira vez num ano após a morte do pai, nesta viagem pela índia tentam reconstruir a sua relação como irmãos, lidar com os problemas que envolvem as suas vidas e sobreviver à aventura que é viajar na índia.
A essência da família é o tema desta comédia com momentos hilariantes, feita de um humor inteligente, com os desempenhos bem conseguidos dos três actores principais e tudo com a beleza de ter a índia como cenário.

Juno
Ellen Page é de facto a alma deste filme, a interpretação que ela faz de Juno, uma miúda de 16 anos que engravida do melhor amigo, é absolutamente fantástica, faz qualquer espectador acreditar que esta personagem é especial e única. Juno é uma rapariga inteligente, descontraída, despreocupada, mas que perante uma gravidez não planeada decide dar o seu filho para adopção. Este filme de Jason Reitman é despretensioso, na medida em que não precisa de fazer uma abordagem pesada, dramática e moralista a assuntos tão delicados como o aborto, a gravidez na adolescência e as relações amorosas, para tratá-los com a intensidade e o realismo necessários.
Ellen Page, com todo o mérito, neste filme atrai as atenções e ofusca as restantes interpretações, não deixando de ser dignos de referência Michael Cera enquanto Paulie Bleeker e a dupla Allison Janney e J. K. Simmons enquanto casal. Sem esquecer o argumento genialmente escrito de Diablo Cody e a Banda Sonora fantástica, da qual Anyone else but you dos The Moldy Peaches já toca no meu leitor de mp3.
Apesar de não ter ganho o óscar para melhor actriz, como estava nomeada, Ellen Page é uma das jovens actrizes com mais talento na actualidade. Saí do filme com um sentimento de estranheza que só encontrou definição nas palavras de Tiago Alves, para a Visão, sobre esta actriz "este é um daqueles dempenhos que se sente no fundo do coração".

O Lado Selvagem
Há filmes que nos fazem perguntar se é mais importante partir ou chegar, se ser corajoso ou prudente, se contar com o seguro ou confiar no instinto... O lado Selvagem conta a história verídica de Christopher McCandless, um recém licenciado que em 1992 decidiu abandonar tudo e todos em busca da derradeira aventura: o Alasca. Não sei se a história de Christopher é um hino ao idealismo se é o fim de todo o romantismo que julgamos inerente à aventura, sei que é uma história triste não só por tudo o que a faz, mas porque sabemos que aconteceu de facto.
À semelhança do que acontece como actor, Sean Penn não desilude na realização deste filme, a banda sonora a cargo do vocalista dos pearl jam também não. O desempenho de Emile Hirsch impressiona, bem como, embora mais discretas, as performances de Marcia Gay Harden e William Hurt estão (como de costume) à altura do filme.

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