A data mais importante na história contemporânea portuguesa foi à 33 anos, 25 de Abril de 1974. Eu costumo dizer que foi a revolução perfeita: não houve chacina, poder na rua, divisões políticas ou sociais, só uma imensa vontade de mudar, de ser melhor, de ter melhor, de pertencer a uma democracia. Portugal cresceu, desenvolveu-se e melhorou em 33 anos de democracia, 50 anos de fascismo não conseguiram nem chegar perto destas conquista, que é o que somos hoje. Hoje é o dia em que celebramos as vitórias que conseguimos com o 25 de abril, talvez este ano mais do que qualquer outro é altura de demonstrar que estamos satisfeitos com a sociedade em que vivemos e que não há crise de valores que nos faça pensar em alternativas pouco democráticas. Estamos satisfeitos com as liberdades e garantias fundamentadas na nossa constituição e estamos determinados em fazer da nossa sociedade e país lugares cada vez melhores, que são cada vez mais o reflexo de nós próprios enquanto povo, tendo por base todos os valores que nos permitiram chegar até ao dia de hoje tal como estamos.
É necessário cada um de nós não ter receio de contrariar uma opinião alheia quando numa paragem de autocarro, num café, num grupo de pessoas que até nem conhecemos muito bem, alguém recorre a uma ideia fascista ou xenófoba, devemos contrargumentar, defendendo a sociedade democrática que temos. Nos anos 20 e 30 quando os vários partidos fascistas subiram ao poder, fizeram-no aproveitando uma crise de valores das sociedades a que pertenciam. No séc.XXI, numa Europa unânimemente democrática está-se a criar uma falsa crise de valores com o propósito das pessoas olharem para partidos simpatizantes da extrema direita como alternativa segura. É necessário relembrar os mais velhos quando elogiam a autoridade dos tempos salazaristas o que foi o regime de Salazar na realidade prática e não na fabricada pelo regime. É necessário relembrar os mais novos quando alegam a falência do nosso regime democrático, que somos dos poucos países que temos o exemplo de como os regimes autoritários não são a solução. Cabe a cada um de nós construir este orgulho em pertencermos a uma democracia e fazermos de Portugal ums sociedade democrática melhor.
Não há uma única sociedade na história ou na actualidade, que sem oprimir o seu povo, não tenha verificado problemas, insatisfação ou contestação. Os problemas fazem-nos ver o que está mal na sociedade e o que pode ser feito, a insatisfação faz-nos querer ser sempre melhores e a contestação faz de nós mais exigentes. Tudo isto faz de uma sociedade assim uma sociedade que tem futuro, pois acredita em si e quer ser mais, reconhece as suas falhas e deseja ser melhor. E algum de nós, tendo isto em conta, consegue dizer que uma sociedade assim é um problema? Claro que não, uma sociedade assim é reflexo da liberdade que a fundamenta.
Por isso, hoje é tempo de celebrar seja com um cravo na lapela, a festejar numa rua, a ver um fogo de artíficio ou participar num desfile para dizer que o 25 de Abril está Presente, SEMPRE!!
4 comments:
Olá! Eu sou o Putz.
Foi por acaso que encontrei o teu blog e considero que é interessante, pois tem artigos que valem a pena ser lidos, mas este sobre o 25 de Abril captou a minha atenção. Concordo com o que escreveste e quero acrescentar devemos fazer melhor, e isso passa por não cedermos a propaganda hipócrita(seja de esquerda ou de direita)e por uma revolução cultural, acompanhada pela formação cívica( que nos tem feito muita falta!). Cumprimentos e espero q visites o meu blog( aimportanciadeserputz.blogspot.com)
Olá Putz! Obrigada pela visita e pelos elogios!
Pois é, também acho necessário um certo espírito crítico qundo as pessoas vêm propaganda política, quanto à necessidade de revolução cultural desconfio um bocado que talvez não precisemos disso. Pelo menos se te referes a uma revolução cultural nos moldes da chinesa. Acho que foi um momento horrível da história contemporânea da china.
Ainda assim, =) não podia concordar mais contigo quanto à necessidade de formação cívica.É necessária e urgente!
Cara Rita, quando falo de revolução cultural não estou a inspirar-me na revolução chinesa, nem no meu subconsciente! Lol. Penso que isso foi mais uma revolução contra a cultura feita por um senhor que era um contentor humano de germes, pois ele ( Mao Tsé Tung )não sabia o que era higiene, lol.
lol Caro putz,
muito me apraz com este seu esclarecimento. E digo mais adorei a imagem de "contentor humano de germes".
******=D
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