Friday, September 7, 2007

Love is a Loosing Game

Este meu post não pretende ser um lamento, antes uma constatação, não tanto do que sinto, mas do que me rodeia. Nas histórias que oiço e que conheço o amor parece estar deslocado, nos sítios errados e a sua ausência a fazer-se sentir sem justiça ou piedade. Nestas alturas fico céptica e começo a acreditar que o amor não é aquele sentimento harmonioso que se gosta de classificar como ao alcance de todos, porque há aqueles que por amarem as pessoas erradas talvez nunca o viverão. Esta situação perturba-me. Acho injusto o "desamor", a tristeza e a solidão que invade os dias das pessoas cuja a única culpa é amarem alguém que não escolheram amar. Nestes casos há um completo alheamento às escolhas que o coração faz, não há culpas que possam ser imputadas e, por esse motivo, estas pessoas não deviam de estar a viver a desilusão da falta do outro no amor.
Por isso, este sentimento parece, nestes dias, contraditório, fora dos parâmetros institucionalizados, desregrado, desiquilibrado, injusto, com toques de crueldade, sendo a frase que mais sentido faz a da música da Amy Winehouse: Love is a loosing game. O amor hoje assemelha-se mais a um jogo que a um sentimento, no qual a sorte é o mais importante elemento e o que determina o sucesso. A Sorte primeira é encontrar uma pessoa que também nos ama. Ao menos os que sofrem por amor depois de terem amado, tiveram a sorte de o viver. Aos que amam, sem serem amados, nem isso é dado.
E embora isto pareça conversa de gente mal-amada, a verdade é que o amor parece aquele jogo ingrato com uma possibilidade de vitória escassa, díficil e pouco provável, mas que continuamos a jogar porque acreditamos que um dia a sorte vai mudar porque a merecemos.
No amor parece só haver duas certezas: que na desilusão só quem a vive sabe o vazio e a dor que se sente e que, apesar disso, mais tarde ou mais cedo vamos tentar a sorte outra vez.

2 comments:

Anonymous said...

gostei do texto, do q escreveste...fez-me pensar!mas apesar de corrermos sempre o risco de não sermos correspondidos, não é melhor passar por isso a não saber sequer o q é amar?é injusto, é ingrato mas, em parte, tb é bom...

(desculpa a "intromissão" mas não resisti a não comentar...)

Rita said...

Olá filipa!
Benvinda! =D

É precisamente a isso que também me refiro no fim do texto, apesar do sofrimento, de "fecharmos" o coração temporariamente, voltamos sempre a tentar o amor de novo, porque sabemos que é algo fantástico de se viver.

Obrigada pela visita!