Friday, February 29, 2008

A Longa Espera...

Eis o filme que me vai fazer riscar cada dia no calendário até estar numa sala de cinema portuguesa:


Thursday, February 28, 2008

A Cúpula Encantada

Desenhada por Norman Foster para devolver a Berlim o estatuto de capital política da Alemanha a cúpula do Parlamento Alemão ergue-se como uma dos maiores atracções da cidade. É completamente grátis e vale a pena cada largo minuto ao frio que se está à espera para entrar. É uma estrutura em aço, vidro e espelho que proporciona aos visitantes uma das melhores vistas da cidade, bem como a possibilidade de sentir-se envolvido numa das mais espectaculares obras de arquitectura moderna, sendo dificil julgar como mais bela a paisagem exterior ou o jogo de efeitos criado por Norman Foster. Há um encanto que se desconfia existir na transparência do vidro desta cúpula, no brilho do aço que a sustém e nas imagens do espelhos que a reflectem, que me fizeram quase a cada passo, no caminho circular até ao topo, tirar uma foto... tac... aproveitar um ângulo...tac...apanhar um pormenor.... tac.... não deixar escapar esta luz... tac... mostrar este efeito...tac...
No roteiro pela arquitectura moderna que Berlim se consegue tornar, o Parlamento alemão é mais um edificio a não perder.

Wednesday, February 27, 2008

Pérolas de Saber (14)

" Uma acção praticada por dever tem o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina. "

Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes


Por vezes reler Kant no seu racionalismo/idealismo sente-se como uma brisa de esperança.

Sunday, February 24, 2008

Realismo e Aventura

The Darjeeling Limited
Este novo filme do Wes Anderson é uma comédia vibrante que reúne três americanos particulares, num lugar improvável (um comboio da Índia), numa viagem que é um reencontro e a procura do Norte nas suas vidas desorientadas. Jack (Jason Schwartzman), Francis (Owen Wilson) e Peter (Adrien Brody) são três irmãos que se reencontram pela primeira vez num ano após a morte do pai, nesta viagem pela índia tentam reconstruir a sua relação como irmãos, lidar com os problemas que envolvem as suas vidas e sobreviver à aventura que é viajar na índia.
A essência da família é o tema desta comédia com momentos hilariantes, feita de um humor inteligente, com os desempenhos bem conseguidos dos três actores principais e tudo com a beleza de ter a índia como cenário.

Juno
Ellen Page é de facto a alma deste filme, a interpretação que ela faz de Juno, uma miúda de 16 anos que engravida do melhor amigo, é absolutamente fantástica, faz qualquer espectador acreditar que esta personagem é especial e única. Juno é uma rapariga inteligente, descontraída, despreocupada, mas que perante uma gravidez não planeada decide dar o seu filho para adopção. Este filme de Jason Reitman é despretensioso, na medida em que não precisa de fazer uma abordagem pesada, dramática e moralista a assuntos tão delicados como o aborto, a gravidez na adolescência e as relações amorosas, para tratá-los com a intensidade e o realismo necessários.
Ellen Page, com todo o mérito, neste filme atrai as atenções e ofusca as restantes interpretações, não deixando de ser dignos de referência Michael Cera enquanto Paulie Bleeker e a dupla Allison Janney e J. K. Simmons enquanto casal. Sem esquecer o argumento genialmente escrito de Diablo Cody e a Banda Sonora fantástica, da qual Anyone else but you dos The Moldy Peaches já toca no meu leitor de mp3.
Apesar de não ter ganho o óscar para melhor actriz, como estava nomeada, Ellen Page é uma das jovens actrizes com mais talento na actualidade. Saí do filme com um sentimento de estranheza que só encontrou definição nas palavras de Tiago Alves, para a Visão, sobre esta actriz "este é um daqueles dempenhos que se sente no fundo do coração".

O Lado Selvagem
Há filmes que nos fazem perguntar se é mais importante partir ou chegar, se ser corajoso ou prudente, se contar com o seguro ou confiar no instinto... O lado Selvagem conta a história verídica de Christopher McCandless, um recém licenciado que em 1992 decidiu abandonar tudo e todos em busca da derradeira aventura: o Alasca. Não sei se a história de Christopher é um hino ao idealismo se é o fim de todo o romantismo que julgamos inerente à aventura, sei que é uma história triste não só por tudo o que a faz, mas porque sabemos que aconteceu de facto.
À semelhança do que acontece como actor, Sean Penn não desilude na realização deste filme, a banda sonora a cargo do vocalista dos pearl jam também não. O desempenho de Emile Hirsch impressiona, bem como, embora mais discretas, as performances de Marcia Gay Harden e William Hurt estão (como de costume) à altura do filme.

Friday, February 22, 2008

O Muro


"it's better a wall than a war" este foi o pensamento que determinou a aceitação da construção do muro de Berlim pelos aliados. Construído em 1961 pelas forças militares da URSS que controlava Berlim Oriental, o muro de Berlim tornou-se o estigma de uma cidade e o símbolo da guerra fria. Devido às características do regime soviético, as condições de vida e dificuldades começaram-se a intensificar do lado leste e a fuga da população para o lado ocidental depressa começou a assumir proporções que obrigaram a RDA a implementar 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação e127 redes metálicas electrificadas com alarme.

Enquanto no lado leste a zona junto ao muro estava toda militarizada, do lado ocidental era um normal local de passagem que facilmente foi tomado como mural de descontentamento. Os pedaços de muro que ainda podemos encontrar na cidade são o melhor reflexo disso, estão cheios de cor e arte nas formas mais simples e complexas. O muro continua presente na cidade através destes metros de memória, mas também na linha que marca no alcatrão os contornos e curvas desta divisória entre os dois lados da cidade, nos memoriais que existem às pessoas que morreram a tentar passá-lo, nas constantes obras que o lado leste da cidade ainda está sujeito para atenuar as diferenças com o lado ocidental da cidade, nos checkpoints...
O muro de berlim caiu em 1991, as inúmeras gruas que ainda se vêem pela cidade até podiam dar a entender que a cidade está a tentar esquecer o seu passado, porém há algo que é absolutamente incontornável até para o visitante de ocasião de berlim: não há como esquecer o muro. A verdade é que a cidade sente-se ainda no enorme dilema que é tentar recuperar de 30 anos de divisão, atenuar as amarcas físicas resultantes desse período e criar uma nova e unificada identidade. Torna-se incrível pensar que esta foi a cidade que ainda há tão pouco tempo teve a rasgá-la aquele que foi "o" muro e "o" mural.

Thursday, February 14, 2008

Soneto do amor total


" Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante,
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude. "

Vinicius de Moraes
a poesia nunca é de mais, sobretudo neste dia.

Tuesday, February 12, 2008

A Prússia de Charlote

Quem estiver interessado em ter uma amostra do que foi a Prússia ou simplesmente conhecer uma Berlim de contos de princesas e príncipes encantados, só precisa de ir ao distrito de Charlloten Burg, lá encontrará o Schloss Charlottenburg, um palácio estilo barroco italiano edificado em1695 para Sophie Charllotte, esposa de Frederico III. O Palácio é de tal forma grandioso que Sophie nem chegou a vê-lo completo antes de morrer. Como Berlim chegou a ser a capital da Prússia, depois de coroados Sophie e Frederico tornaram esta a sua residência de Verão, portanto gente de ideias modestas.

Até à união da Prússia no Império Alemão, o Palácio passou por várias remodelações e ampliações, porém nenhuma reestruturação seria tão profunda como aquela que o Palácio sofreu depois da II Guerra Mundial. Grande parte do fausto e ostentação das suas salas foi perdido para sempre, ainda assim ao visitar o palácio é impossível não reparar no notável trabalho de restauro e reconstrução que foi sujeito.
Quem não quiser pagar para ver o palácio por dentro (se bem que vale a pensa compensar os dois quilómetros que se fazem da estação de metro ao palácio) pode sempre aproveitar os Jardins que são públicos e valem a pena sobretudo em dias solarengos.


Se eu mandasse na Fundação dos Palácios e Jardins Prússios de Berlim-Brandenburgo, que está encarregue deste palácio:

- criava uma estação de metro mais perto do palácio;
- abria uma passagem entre a parte da frente do palácio e os Jardins (ninguém merece ter que contornar o palácio, depois de já ter andado meia hora para lá chegar e uma hora nos corredores do palácio);
- colocava um serviço de aluguer de barcos a remos para o lago.

Monday, February 11, 2008

Potsdamer Platz

Uma das maiores provas da capacidade de auto-regeneração de Berlim talvez seja Potsdamer Platz. Nos anos 20 esta era a praça mais movimentada da Europa com os primeiros semáforos automáticos do mundo, após a II Guerra Mundial além de destruída, ficou completamente lançada ao abandono, o Muro de Berlim atravessava-a ao meio tornando-a terra de ninguém, só após a queda deste esta praça conseguiu recuperar a importância doutros tempos.
A Potsdamer Platz actual recuperou o lugar de destaque na cidade de Berlim, graças a 17 anos de construção acompanhados de um investimento de 17 mil milhões de euros.

Grande parte deste sucesso deve-se ao facto dos edíficios que hoje em dia fazem parte desta praça serem da autoria de arquitectos de renome, que tornaram esta uma das praças mais modernas da Europa. Deste conjunto de edíficios o mais emblemático é sem dúvida o Sony Center, da autoria de Helmut Jahn, que é, simultaneamente, a sede europeia da Sony e centro de restaurantes e cinemas. A cúpula deste edíficio é uma obra de engenharia dificil de descrever e audaz, mas absolutamente espectacular.

Dar de caras com Potsdamer Platz é ter a percepção clara que se está a ter um encontro com o futuro, o que nos rodeia está mais próximo deste tempo que do presente, está mais perto do que as cidades serão um dia.

um dos edífcios de Potsdamer Platz


Cúpula do Sony Center

Sunday, February 10, 2008

Supernova

Berlim ergue-se nas suas ruas, edíficios e monumentos com a mesma espectacularidade de uma Supernova acabada de explodir. A cidade vai progressivamente em cada recanto, zona e quarteirão eclodindo algo de novo e moderno. Berlim transpira novidade, vanguarda e futuro.
Embora seja uma das capitais do velho continente, é, sem qualquer dúvida, uma das cidades do futuro do mundo.
Não acarrete qualquer esperança quem for a Berlim à procura da Alemanha Prussiana ou de qualquer outro momento anterior ao início do séc. XX, se procurar bem na melhor das hipóteses só encontrará resquícios, a cidade que existe hoje tem cerca de 70 anos e é uma das cidades mais recentes da Europa Ocidental. Os edíficios mais antigos, que ao caminharem por Berlim, encontrarão remontam, no máximo, ao ínicio do século passado foram, muito provavelmente, objecto da mais delicada reconstrução. Berlim foi, devido à II Guerra Mundial, uma cidade reconstruída quase de raíz e como consequência da Guerra Fria uma cidade ainda em construção, se no pós guerra se reconstruiu para devolver a cidade à vida, passados quase 20 anos sobre o derrube do Muro de Berlim constrói-se muito, ainda, para atenuar as diferenças do lado leste da cidade para o lado ocidental.
A minha perspectiva geral de Berlim é que a cidade é tão notoriamente "nova" que quase sente-se aquele cheiro a fresco nas ruas. Se por um lado sentimos na pele o frenesim de uma cidade ainda em mutação, por acabar e em mudança, por outro lado é ainda díficil abstrairmo-nos dos factos e razões que motivaram e justificam a Berlim que existe hoje. Não está à vista, mas sente-se a presença do que foi e as consequências do Nacional Socialismo e da Guerra Fria na cidade.
Talvez não seja a mais alegre das cidades, mas é sem dúvida uma das cidades mais surpreendentes para se visitar, sobre um chão que tem as marcas da mais dura história, Berlim vai construindo, através dos seus edíficios, monumentos e praças, uma nova identidade plena de vanguarda e optimismo.












Friday, February 1, 2008

Eu vou, eu vou...


...não sei se estou mais satisfeita por ir "carnavalar" para Berlim ou se por ter férias, anyway sabe bem escapar!